A identidade, a visão e os valores básicos de uma empresa precisam ser traduzidos em uma linguagem visual. Para isso, é necessário que seja realizada uma análise e uma pequisa, que com boa dose de habilidade e criatividade, será transformado no Perfil Visual de uma empresa.
É importante lembrar que esse perfil nunca solucionará problemas de gestão deficiente, uma estratégia confusa, ou qualidade baixa de um produto. No entanto, costuma acontecer de a reestruturação de um perfil visual antigo e obsoleto aumentar os lucros em 15% e reduzir a idade média dos consumidores em muitos anos.
Um perfil visual muitas vezes substitui um encontro cara a cara, o que é feito com a ajuda de cartões de visitas, papéis de carta, envelopes, panfletos, folhetos, catálogos, revistas internas, camisetas, uniformes, carros, placas, bandeiras, embalagens, sites, etc.
Há muitas ameaças que atrapalham no desenvolvimento de um material claro e eficiente, pois parece que hoje em dia, qualquer pessoa em uma empresa sente-se qualificado para desenhar logotipos e embalagens, aumentando a dificuldade de se atingir um perfil visual consistente e visual.
A solução para evitar que isso aconteça é contratar profissionais especializados para essa tarefa. Esse profissional, o designer gráfico, desenvolverá um trabalho de Design Corporativo, onde as normas a serem seguidas para a implementação do Perfil Visual serão reunidas em um Manual de Identidade Visual – MIV. Esse material deverá ser consultado sempre que houver dúvidas na produção visual. O manual existe para ser seguido, por isso, é importante treinar as pessoas sobre a sua utilização.
Um Programa de Design Corporativo normalmente inclui:
• Logotipo
• Símbolo
• Cores
• Padrões e regras
Logotipo:
Um bom logotipo, que é o núcleo do Perfil Visual de uma empresa, deve antes de mais nada, estar em harmonia com a cultura e com a missão de uma empresa. O logotipo também é um reflexo visual da empresa, dos bens ou serviço. Ele deve transmitir confiança e segurança e nunca criar conflitos com o perfil da empresa.
Deve seguir os seguintes critérios:
• Ser fácil de reconhecer,
• Ter uma boa legibilidade,
• Funcionar tanto em tamanhos maiores quanto nos menores,
• Funcionar tanto em uma cor específica quanto em preto.
• Ser atemporal.
O logotipo é o nome do produto ou empresa, ou parte dele, reproduzido em uma fonte especialmente selecionada. Ele costuma ser chamado de marca nominativa.
O atributo mais importante do logotipo é destacar-se da multidão, como os escudos dos antigos campos de batalha, que protegiam os soldados contra ferimentos, mas também mostravam claramente quem era quem no meio da fumaça e da poeira, de perto e à distância.
A legibilidade deve ser alta e isso significa que é importante vasculhar os tipos romanos e os sem serifas, e não as famílias tipográficas gratuitas.
Um logotipo característico deve funcionar bem em uma animação 3D em uma tela imensa, em uma arena esportiva, da mesma forma que funciona em preto e branco em um recibo ou um documento de despacho.
O critério de atemporalidade significa que o logotipo não deve seguir nenhuma tendência, nem se prender a um período específico, pois rapidamente se tornará obsoleto. Um logotipo em sintonia com a empresa e suas operações terá vida longa, mas exigirá um ajuste mais regular.
Acredita-se que outro critério para um bom logotipo é que ele tenha clareza e coerência suficiente para ser usado com estampa em uma sacola ou papel de embrulho.
Símbolo:
Muitas empresas escolhem acrescentar um símbolo ao logotipo, com frequência uma imagem simplificada. A isso costuma-se dar o nome de marca figurativa. Retrocedendo bastante na história, podemos traçar semelhanças com as marcas ou signos gravados nos cabos de madeira dos machados de pedra. A marca se tornou um sinal distintivo do homem primitivo, e todos podiam ver que aquele machado era dele e de ninguém mais.
Um símbolo realmente familiar e bem conhecido pode ser usado separadamente do logotipo, em um uniforme, uma estampa ou no contexto de patrocínio, por exemplo. Um símbolo também atravessa barreiras como a linguagem e a cultura, e por isso pode ser usado no mundo inteiro.
Os símbolos podem ser divididos nas seguintes categorias:
• Ideogramas
• Pictogramas
• Personagens
• Monogramas
Ideogramas: A verdadeira idéia por trás das operações de uma empresa é exibida pelo ideograma. A sombrinha de uma companhia de seguros refere-se à proteção e à segurança que a empresa oferece.
Pictogramas: São imagens estilizadas e altamente simplificadas. São comuns em contextos corporativos, mas também constituem elementos importantes no programa de Design dos Jogos Olímpicos, por exemplo.
Personagens: As operações de uma empresa muitas vezes serão incorporadas por um personagem. Uma vespa é um símbolo audacioso para um jornal que se orgulha de ter um jornalismo investigativo e revelador.
Monogramas: Agindo quase da mesma forma que um logotipo, os monogramas tendem a consistir apenas em iniciais ou abreviações.
Em suma, um Símbolo deve ser:
• Simples e graficamente claro,
• Inconfundível,
• Capaz de ser usado em todos os contextos, independente do material e do fundo,
• Claro, quer seja em tamanho grande ou pequeno, em cores ou em preto e branco.
Conta-se que um fabricante de papel higiênico teve problemas com as vendas do produto quando a embalagem foi decorada com um Design pontudo e espinhoso. Porém, as vendas decolaram depois de criarem um Design mais confortável e apropriado.
Cores:
Como as cores dialogam diretamente com as nossas emoções, são um importante elemento do Perfil Visual. Depois de uma reunião com os gerentes da empresa, o designer escolhe uma cor corporativa específica, que será utilizada em todo o material de comunicação visual da empresa, desde o logotipo, até cartões de visitas, sinalização, placas, sites, etc.
Padrões e Regras:
No Manual de Identidade Visual deverão constar os padrões e regras de como devem ser os papéis timbrados, o Design do catálogo de produtos e de como o símbolo e logotipo da empresa devem ser usados no estande de uma exposição.
É importante que as regras não sejam muito restritas, para que haja espaço para adaptações e criatividade.
Bibliografia: Fundamentos da Comunicação Visual – Bo Bergström – Edições Rosari
OTIMO ARTIGO viu,,,,
beijos!
Gostei do blog demais!
Mônica, esse artigo ficou muito bom. Parabéns!
Olá Eldes!
Obrigada pelos elogios!
Fico feliz que o artigo tenha ajudado!
Abraços!
Esclarescedor!!!
Muito bom…
Parabéns
Muito didático; depois dessa aula, não tem como ter alguma dúvida ainda.
Porém, penso que esse conteúdo deveria ser publicado em sites dirigidos a não-designers (administradores, empreendedores, Sebrae, por exemplo).
Eles vão sacar que não adianta ter um desenhinho – é preciso ter um manual de aplicação completo e algumas estratégias para reposicionamento da marca, se for o caso.
Beijocas e parabéns!
Excelente artigo, útil para designers iniciantes e experientes.