Desde 2006 trabalho para uma empresa que faz projetos para o segmento médico e odontológico. Entre os trabalhos desenvolvidos estão cartões de aniversário, cartões de natal, cartões de visitas, calendários, imãs de geladeira, etc.
Por exemplo, desenvolvi esse cartão de aniversário abaixo. Recebi o pagamento por esse serviço e assinei um contrato de “Licenciamento de imagem limitando o uso da mesma para “Cartão de aniversário”. Isso significa que a empresa só poderá fabricar cartões de aniversário com essa imagem.
Como o cartão fez sucesso, o cliente decidiu fazer mais um produto com essa imagem. Dessa vez, ele produziu um calendário de bolso com a ilustração.
Recebi um novo pagamento, dessa vez pela utilização da arte em calendário de bolso. Assinei um novo contrato, especificando a utilização da imagem e limitando o uso para calendário de bolso. Logo depois, o cliente pediu para usar a imagem num calendário de mesa e, mais uma vez, recebi um novo pagamento e fiz um novo contrato.
A imagem trouxe um bom lucro para o cliente e, por isso, ele quis utilizá-la em vários produtos. Como autora da imagem, também participei desse sucesso, recebendo um novo pagamento.
Veja bem, cada vez que um designer faz um trabalho e assina um contrato de Cessão Total de Direitos Autorais, ele perde a propriedade da imagem, transferindo-a para o cliente. Dessa forma, quando o cliente quiser utilizar aquela imagem para desenvolver outros produtos, ele poderá fazê-lo sem pagar nada para o designer criador da imagem.
Se uma arte faz sucesso e o cliente obtém lucro através dela, é justo que o designer, autor da arte, também participe desse sucesso, recebendo seus direitos autorais, não acha?
Surpreendentemente, fiquei sabendo que a maioria dos designers que trabalham para essa empresa não se preocupam com os contratos que assinam, transferindo para o cliente a propriedade das suas ilustrações…
E então? Até quando você vai continuar assinando contratos de Cessão Total de Direitos Autorais? Vai mudar sua postura, ou vai continuar reclamando que o mercado não valoriza o seu trabalho?
SAIBA MAIS SOBRE DIREITOS AUTORAIS
Você conhece seus direitos? http://bit.ly/1A2jHN6
Monica perfeito o seu texto. A maioria dos designers não sabem negociar o seu trabalho e depois fica reclamando da vida.
PERFEITO. É por coisas como esse texto que a cada dia eu sou mais o seu fã.
Olá Mônica, tudo bem? Teria um exemplo de modelo de contrato ou de como essa cláusula pode ser redigida? Muito obrigado pela dica/alerta. Vou compartilhar 🙂
Muito legal o texto. Ah, só uma dica, as palavras em laranja dão a entender que é um link (em primeira vista, já que é diferente do resto). Toda hora eu ficava passando o mouse em cima.
Abraços.
Olá Mauricio!
Obrigada pelos elogios! Somos nós quem fazemos o mercado, por isso, é importante que todos os designers cuidem dos seus direitos.
Abraços!
Olá Leandro!
Acrescentei alguns links no artigo, creio que ajudarão na elaboração de um contrato e/ou orçamento.
Compartilhe, quanto mais profissionais informados, melhores serão as nossas condições de trabalho!
Abraços e sucesso!
Talvez, o melhor exemplo de como se deve proceder com cliente, na hora de se fazer um trabalho artístico/criativo. Parabéns, Monica! Melhor do que falar “como NÃO fazer”, é mostrar a forma correta de se trabalhar. 😉
Oi Carlos!
Obrigada! Se todos os designers fizerem a sua parte, todos teremos um mercado melhor!
Abraços!
Olá Pedro!
Obrigada pelo feedback! A minha intenção é destacar palavras importantes!
Abraços!
Poderia disponibilizar um modelo de contrato para que possamos fazer corretamente então
Olá Michel,
No link “Orçamento padrão” você encontra um modelo que contém os itens que preservam os direitos do autor. O importante em qualquer negociação é nunca aceitar a Cessão Total – a menos que ela venha acompanhada com um cheque polpudo. Especifique SEMPRE onde a imagem poderá ser utilizada e o seu tempo de uso, ok?
Abraços!
Oi Mônica.
Parabéns pelo questionamento aos designers novatos, porém não devemos esquecer alguns pontos…
-A cultura de desvalorização do brasileiro.
-A lei de Gerson.
-Falta de comunicação humana da nova geração.
Esses pontos formam um profissional que quer ganhar o job a meio que qualquer custo.
Dou aulas de gestão criativa e esse é um ponto de bastante discussão em sala.
Podemos trocar umas figurinhas, pois talvez possamos escrever um post em conjunto sobre esse assunto para ajudar cada vez mais designers.
Bjs e parabéns pelo texto.
Oi Mauro!
Precisamos mudar essa cultura vigente no nosso meio. Temos que aprender a ocupar o lugar que nos cabe nesse processo! Precisamos entender que não somos meros coadjuvantes. Somos protagonistas, afinal.. Um papel em branco é apenas um papel em branco. O trabalho do designer é FUNDAMENTAL! Então vamos receber a parte que nos cabe nesse bolo! Podemos trocar figurinhas sim, fico à disposição para escrever um post em conjunto!
Abraços!!
Muito bom seu texto. Parabéns!
Muito obrigada Wilton!
Uma aula, realmente. Imagino que o exemplo se aplique mais facilmente a designs que envolvam ilustração. Inclusive é algo que aconselho a amigos ilustradores, mas eu mesmo nunca consegui (ou soube) fazer uso dessa vantagem, uma vez que minha especialidade é criação de marcas.
Digo, quando crio a marca para um cliente, posso criar esta marca junto com cartões, timbrados, ou qualquer outro material, e ainda assim acredito que o cliente tem o direito de usar esta marca em materiais futuros sem me consultar.
Imagino que cada caso é um caso, mas seria uma honra saber sua opinião sobre isso.
Um abraço e parabéns pela lição.
Olá Walter!
Sim, esse exemplo se aplica a casos que envolvam ilustrações, fotos, imagens. Uma identidade visual é diferente, a propriedade passa a ser do cliente e, como tal, ele poderá utilizá-la onde bem entender.
Abraços e obrigada pelo comentário!
Ótimo texto! Direto ao ponto e fácil de entender, ainda mais com os links. Ainda tem muita empresa onde é condição vc abrir mão do direito autoral – mas como abrir mão de algo tão… Inerente? O ato de fazer já deveria ser direito autoral, e se vc fez, como ceder? Ceda o direito de comercializaçao, ou negocie porcentagens na mesma.
Pra Gráfico acho que ainda é menos burocrático do que para produto. Triste… Boa sorte pra nós… Abraços!
Olá Carol!
Obrigada pelos elogios! Espero que o texto contribua para que os designers deixem de vender seu trabalho de forma equivocada.
Nós somos responsáveis pelo mercado que temos!
Abraços e sucesso!
Mônica
Olá Mônica,
Super bacana seu texto. Explicou bem sobre o contrato de cessão de direitos autorais.
É fácil encontrar informações que nos digam o que não devemos fazer ou deixar tal coisa acontecer mas não é passado como fazer…e você passou clareza e isso é muito importante pra quem está começando a caminhar e precisa de saber, ter um contrato modelo (link deixado) que o ajude a entender como fazer.
Valeu d+!!! mesmo!!! :0)
Olá Edneia!
Obrigada pelo comentário, que bom que curtiu o texto! Compartilhe com os colegas designers! O conhecimento é a melhor arma para valorizarmos nossa profissão!
Abraços e sucesso!